Um dia desses fiz uma proposta a minha filha ''do meio'' (ela tem 13 anos), como sei que ela adora escrever (e faz isso muito bem) e eu ando super sem tempo pra cuidar aqui desse cantinho, sugeri que ela fizesse uma parceria comigo aqui no blog. Ao mesmo tempo que ela se animou demonstrou uma certa insegurança por não saber bem o que poderia trazer pra cá. Falei que não havia regras e que o tema era livre e que sempre que se sentisse inspirada tinha ''carta branca'' e acesso livre ao blog.
Bom, hoje ela estreou o espaço e sua primeira postagem veio em forma de uma ''D.R'' entre mãe-e-filha seguida de um lindo e comovente pedido de desculpas (como ela mesma emoldurou).
Aqui em casa temos o hábito de conversar abertamente sobre tudo e eu sempre me policiei para ser o mais transparente possível com os meus filhos. Acho que essa é fórmula do sucesso nesse tipo de relacionamento, é a melhor maneira de manter a convivência mais fácil. Não escondo nada deles, sou amiga, dou abertura. Sendo assim, espero o mesmo com relação a eles.
Não sou uma pessoa que se decepciona fácil, pois não sou de criar expectativas, porém, quando se trata de filhos esse ''escudo de proteção'' acaba não sendo usado.
Assim como ela, também tive uma noite de sono ruim, o corpo dói e cabeça não parou de trabalhar...
Existem mil maneiras de sermos pegos de surpresa. A de ontem foi frustrante e decepcionante, prefiro muito mais surpresas boas...como a de agora à pouco, por exemplo. Ainda existe uma luz no fim do túnel...que bom!!!
Bom, o castigo permanecerá, da mesma forma que vai demorar para que ela reconquiste a minha confiança, mas coração de mãe é mole e eu já perdoei. Não só pelo pedido de desculpas abaixo, mas porque eu já entendi qual foi a intenção antes mesmo de ler o lindo desabafo da minha Bia.
''Tantas brigas, discussões, desentendimentos, atitudes erradas, mentiras... Tudo isso faz parte de um relacionamento mãe-e-filha. Mas, nem sempre o que é normal é certo, assim como nem tudo que é certo é normal.Essa é uma frase para refletir.
Mentir é errado, enganar também. Mas e se for com a melhor das intenções? E se eu não contar a verdade, pensando em, depois, ver um sorriso enorme estampado no seu rosto, ao olhar meu boletim e ver um notão? Afinal, existe gosto melhor do que ver seus pais transbordarem orgulho de você? Esse sim é o sabor da felicidade.
Saiba que em momento algum tive malícia no que fiz, foi tudo por uma nota alta, tudo por você. Não queria causar problemas nem trair a sua confiança. Na verdade, essa era a última coisa que eu queria.
Fiquei com esses pensamentos desde quando olhei pra você, parada no portão, com aquele olhar desapontado, até agora, ao acordar. Não dormi direito por esse motivo.
Imaginei também como meu pai reagiria a tal situação. Não demorou muito e me entristeci ainda mais por perceber que errei com as pessoas que mais amo. Todos que conheço, e até mesmo ele, que embora nunca tenha conhecido, é o homem mais importante para mim, como já não sei se significo o mesmo para este. Para ser franca, sempre tive minhas dúvidas quanto ao amor do meu pai por mim, já que se foi sem, ao menos, saber o meu sexo. E agora, depois de tudo isso, esse sentimento agoniza-me a alma, tornando-se cada vez maior, e, então, deprimindo-me mais e mais. No entanto, prefiro acreditar que, aonde quer que ele esteja, sabe que não fiz por mal, e me entende. Tomara que eu tenha razão.
E, mais uma vez, peço mil - das mais sinceras - desculpas à todos, principalmente à você e àquele que ambas amamos incondicionalmente.
Eu amo vocês!
Beijos, Beatriz Zarur.''