Dói demais perder quem amamos.
A sensação de impotência diante da vida é tão grande que a maioria das pessoas que perdem um ente querido se questionam muito e uns até duvidam da existência de Deus.
Infelizmente, nesse período de dor, é difícil enxergar com clareza que o ciclo continua, que existe um outro lado e que a despedida é temporária.
É complicado entender que não houve uma perda e sim um até breve.
A saudade aperta e fica aquele vazio, aquele sentimento de cobrança, de pesar por ter deixado de fazer tantas coisas ao lado daquela pessoa especial.
A verdade é que sempre ficará faltando algo, uma palavra, um gesto, uma atitude...
Mas novas oportunidades virão em forma de pessoas...daí o aprendizado!
Aprender a lidar com as perdas é entender como devemos evoluir, crescer espiritualmente! Agarrar oportunidades, valorizar quem amamos (quem ficou) e quem está por vir é o maior sinal de aprendizado e uma excelente forma de agradecer à Deus o privilégio de ter vivido ao lado de quem já partiu!
O luto é importante, pois a dor faz com que percebamos o quão frágil somos diante da vida! Mas é importante dar a volta por cima e aceitar o recomeço. Seguir em frente...
Não tem maior prova de amor do que tocar o barco!
Não tem nada mais egoísta do que passar o resto da vida vivendo em função da dor e do luto!
A morte não é o fim de nada! Muito pelo contrário, é o começo de algo novo.
Os que se vão dessa vida precisam receber boas vibrações para que seu espírito evolua de forma suave e feliz! Acreditar que eles estão sendo amparados do outro lado é fundamental para que tanto a nossa caminhada quando a deles aconteça e flua bem.
Assim como os que nascem chegam trazendo alegria, os que se vão serão recebidos com muito amor por aqueles que já partiram em outros tempos...é a fluência da vida...são chegadas e partidas.
(Daiana Zarur)
PARTIDAS E CHEGADAS
''Quando observamos, da praia,
um veleiro a afastar-se da costa,
navegando mar adentro,impelido pela brisa matinal,
estamos diante de um espetáculo de rara beleza.
um veleiro a afastar-se da costa,
navegando mar adentro,impelido pela brisa matinal,
estamos diante de um espetáculo de rara beleza.
O barco, impulsionado pela força dos ventos,
vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco
na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará:
"Já se foi". Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade
que tinha quando estava próximo de nós.
que tinha quando estava próximo de nós.
Continua tão capaz quanto antes de levar ao ponto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos ver mais.
Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante que alguém diz "já se foi",
haverá outras vozes mais além, a afirmar:
"Lá vem o veleiro"!!!
"Lá vem o veleiro"!!!
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro,
e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível, dizemos: "Já se foi".
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente.
Não, certamente.
Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas e afeições
persistem na nova dimensão espiritual.
Nada se perde a não ser o corpo físico de que não mais se necessita.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos "já se foi", no Além, outro alguém dirá:
"Já está chegando". Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida.
Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos,
até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário ou incomodo.
A vida é feita de partidas e chegadas, de idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Conforme escreveu o poeta francês Victor Hugo:
- O berço tem um ontem e o túmulo um amanhã.
Assim, um dia, todos nós partimos como seres imortais que somos,
ao encontro d´Aquele que nos criou.''
Há 13 anos o pai dos meus 2 filhos mais velhos se foi dessa vida. Foi uma ida brusca e violenta...
Felizmente nós soubemos aproveitar intensamente o tempo em que estivemos juntos. Vivemos tudo que nos foi permitido, fomos absurdamente felizes e o resultado de todo esse amor gerou dentro de mim a certeza, a absoluta certeza, de que o que Deus uniu o homem não separa. Vivi meu luto sim...só eu sei! Chorei, pensei muita besteira, até questionei Deus (e como) sobre a injustiça de não ter mais ao meu lado o pai dos meus filhos. Mas aos poucos fui entendendo que de nada adiantava eu me fechar pra vida e passar todo o tempo me lamentando e sofrendo. Essa atitude não estava ajudando em nada. Todos sofriam: eu, meu filho, minha filha (ainda em fase gestacional), meus pais que me apoiaram, nossos familiares, meus amigos e, principalmente, o próprio Xande que precisava evoluir e seguir o seu caminho...era inevitável! Precisei aceitar e, claro, não foi fácil...mas eu consegui! Os picos de dor e sofrimento começaram a diminuir e uma saudade boa ficou. E a Vida me deu de presente um segundo amor, não para tapar um buraco, porque nessa caso, não existe substituição, mas porque é assim que tem que ser! Nosso coração é capaz de amar, e eu aceitei esse novo amor que foi chegando de mansinho e hoje é o meu grande amor, pai da minha caçulinha.
Tenho certeza que, hoje, em algum lugar, o Xande está feliz, assim como eu, fazendo o seu melhor, brilhando e agradecendo a Deus pelo Dom da vida que, seja lá em qual plano for, continua a todo vapor!
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