Parabéns, querido Rio de Janeiro, pelos seus 447 anos de existência!
Na noite cálida de uma cidade que aparenta não ter desânimos
Descanso minha mente nas pedras do Arpoador,
Contemplo o morro do Vidigal,
De longe ao som do mar,
Parece-me uma jóia de topázios e cristais.
Resplandecendo ao gosto da maresia depositada
Pelas ondas que acariciam você por inteira.
Única em suas formas.
Cidade que de tudo tem,
Somente as coisas chatas é que vós não herdastes.
Talvez porque aqui, num passado distante,
Tenha sido o verdadeiro Olimpio.
Motivo pelo qual, tenha sido criada com tamanho carinho e benevolência.
Em todos os pontos és magnífica.
Têm baía e restinga,
Possui uma linda e grande floresta,
Sobrevivente tenaz entre o seu glamour e entre a sua decadência,
Entre a sua riqueza e a sua pobreza
Foste engendrada para ser um eterno bebê,
Protegida pelas mesmas montanhas que fazem o teu berço.
Como se não bastasse tens um gigante deitado a te guardares.
De todos os pontos ostentas a sua furtiva beleza.
Até mesmo de dentro da Baía insiste em ter tudo,
Principalmente o que causa cobiça a todas as outras grandes como você.
Seja na Avenida Brasil ou seja na Vieira Souto,
sempre há algo para inebriar o espírito.
Num botequim qualquer na zona norte afrouxo minha gravata.
e esqueço os credores numa conversa que não tem pretensão de nada.
Num passeio no alto da boa vista pára meu carro,
Apenas para dar um grito no ar um pouco gélido.
No alto do Sumaré espio a vida de cá e de lá.
Na Barra passeio de bicicleta até o recreio.
Numa vã tentativa de captar toda a cidade.
Da pedra da Gávea tenho o mundo aos meus pés.
Em Guaratiba delicio-me com pescados e afins.
Já no domingo, balburdia no Maracanã,
alegria e tristeza entre os gols do campeonato.
Num feriadão, escolher entre a serra, as lagoas ou o mar.
Enfim essa é você.
Aonde e unicamente ternos e calções de banho convivem muito bem em qualquer dia mais quente no fim da tarde.
Rio de Verão, de Janeiro a Janeiro
(Abian M. Laginestra)
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